terça-feira, 28 de julho de 2009

De volta à vida real

Uma semana sem escrever, mas voltei de viagem. Infelizmente...
Eu me rendo aos encantos baianos. Adorei a cidade. o sol, o astral, e tudo aquilo que nos faz pensar que a felicidade está, realmente, nas coisas pequenas e que não precisamos de muito para viver. É clichê, mas é verdade.
Ao chegar em casa, há dois dias, já tive vários aborrecimentos. Fúteis, sem motivo, discussões a respeito do mínimo enquanto há tanta coisa séria a se pensar e tanta vida para aproveitar. Por que gostamos de tanta complicação? Por que não podemos simplesmente ser felizes, tratar cada um com todo o respeito e gentileza que gostaríamos de receber e pronto?? Sentarmos para conversar, ouvir música, ler ou recitar, namorar, abraçar...
Estou um pouco farta dessa falta de civilidade e da tendência que temos a dificultar todas as coisas.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O outro assunto

Faz uns dias que escrevi porque estou viajando. Pois é, de novo! Para quem costuma passar as férias em casa, se divertindo com séries, filmes e livros, esse ano está bem diferente! Mês surpreendente!
E sabe o que é mais surpreendente ainda? Estou em Porto Seguro! Uma falsa gringa que gosta de rock na terra do axé!! Oxe!!
Eu volto na segunda-feira, então até lá talvez eu consiga escrever, talvez não... Vou tentar.
Hoje eu pensei em escrever sobre várias coisas, sobre esse lugar e o que penso por estar aqui. Acho melhor não... Na semana que vem, escrevo tudo de uma vez só.
Nos últimos posts, escrevi que os nossos pensamentos vêm descordenados e desconexos. Acho que meus sentimentos são assim também. Eu tenho sentido tanta coisa, que eu nem consigo falar direito. Por isso, vou resumir um pouco.
Esses dias, senti muita nostalgia, por ter passado uns dias em São Paulo. Mas também me senti muito feliz por não morar mais lá.
Sinto-me extremamente triste com a volta da Fê para São Paulo. Ela não faz ideia do quanto eu amo o Sammy e o quanto eu jásinto falta dele. Isso acabou comigo.
Além disso, deixou minha mãe triste, outra coisa que não suporto.
Mas nem só de tristezas vivem meus sentimentos!!
O acontecimento mais feliz da semana foi o Rogério aparecer na rodoviária. Ele também, se soubesse a diferença que esses pequenos atos fazem na minha vida, entenderia muitas coisas. Eu nunca pensei que ao ficar mais velha eu fosse finalmente conhecer alguém assim. Isso é muito bom e me deixa muito feliz. Pena ele não estar de férias aqui comigo...
E, para finalizar, minhas viagens e meus amigos. Tudo fica mais leve assim.
Se amanhã estiver chovendo, escrevo mais... Senão, vou tentar virar uma gringa falsa e bronzeada!!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Hasta la vista, baby...

Esse é um post de tchau. Não vou dizer adeus, mas "até logo!"
É dificil imaginar que aquela pessoa, com a qual você pode contar há quase duas décadas, estará tão longe. Está certo, ultimamente não andávamos tão perto, mas duas horas de viagem é muito diferente de 24!!!
Desde que tínhamos pensamentos loucos, como nos casarmos com artistas do rock e com o John Connor (no meu caso!!) ou quando assistíamos um milhão de vezes ao mesmo clipe ou divagávamos na janela da sua casa, você é minha melhor amiga. A tradução perfeita de alguém que sabe valorizar as outras pessoas e as faz se sentirem bem.
Na sua despedida, eu lembrei do filme Cidade de Deus. Não sei se você viu, mas tem a cena em que o bandido "gente-boa" faz uma festa de despedida. E alguém comenta que só um cara daquele jeito, tão amado, poderia reunir pessoas tão diferentes entre si. Isso porque ele não te conhece! Amigos de todos os cantos do Brasil (e agora do mundo) sentem sua falta, pensam em você, são presenteados por te ter na vida deles. Assim como eu.
Fabi, eu não sei mais o que te dizer, a não ser obrigada! Obrigada por perguntar a minha banda preferida, por colocar mercúrio no meu joelho toda vez que eu caia no caminho da sua casa, por me deixar ficar na sua casa no dia da estreia do clip "Living on the edge", para assistirmos de uma em uma hora, por ir à Broadway e ao shopping, mesmo detestando, por me dar bolo sempre, por me subornar para ir até Itu, por guardar as minhas coisas e me devolver depois de tanto tempo, por fazer minha vida também ter trilha sonora, por me mandar cartas enormes quando ainda não existia nem orkut e nem e-mail, por ter ido comigo no show do Titãs, e por toda a nossa história. Siga a sua aventura agora como se todos nós que te amamos estivessem junto com você, divirta-se ao máximo, deixa o juízo aqui no Brasil e nos mande notícias.
Obrigada por tudo, volte logo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Pensamentos são hiperlinks

Hoje, eu acordei cedo com o intuito de realizar algumas tarefas que estão pendentes, já que viajei. Sentei no computador logo pela manhã e fui dar uma olhada nos e-mails, orkut e coisas afins. Agora, faltando exatamente seis minutos para acabar o dia, ainda estou aqui.
Claro, não fiquei o tempo todo sentada em frente à maquina, até sai de casa... Mas é interessante ver o porquê da popularidade da internet: ela trabalha com hiperlinks, assim como nossos pensamentos.
Estou vendo algo que me direciona a um outro site e assim sucessivamente, até que você perceba que leu muitas coisas e se perdeu no meio do caminho. Incrível!
Durante a minha viagem, eu pensei muito sobre essa questão. Por vários fatores... Primeiro, porque eu me considerava estranha por nunca ter ido a Juquei, sendo que a maioria das pessoas moradoras de Santos já foram. Eu tentei prestar atenção em tudo, apesar de ser uma praia como a que eu moro (ok, é mais bonita...) Além de prestar atenção na cidade, nós saimos e descansamos. Nos momentos de descanso, eu lia. Lia Lobo Antunes, autor que escreve exatamente desse jeito, representando nosso pensamento. Parece uma narrativa estranha, desencontrada e desconexa, igualzinho nossa mente. Enquanto eu lia, a TV ficava ligada. No meio da leitura, eu começava a me concentrar em algum filme que estava passando. Assisti novamente Jogos Mortais IV, e novamente me surpreendi com a mente daquele serial killer. Que coisa, não??
Domingo de manhã, chuva... Pego meu livro, volto a ler e de repente... Começa a passar na TV o programa Nossa Língua Portuguesa, do Pasqualle. Nem gosto muito, mas como professora não pude deixar de me atrair. E olha só, que coincidência, ele explicou a origem da sigla OK, viu Ana?? Aquilo que você pesquisou para mim estava certo, 0 mortos!!! Até gravei na minha câmera para depois te mostrar...
Mas em Juquei também há diversão, embora o tempo estivesse chuvoso! Fomos a um barzinho, logo na primeira noite. Muito agradável, música boa e conseguimos uma mesa legal. Quem disse que eu conseguia me concentrar em diversão? Na mesa ao lado, havia uma moça sentada. A moça tinha uma feição alegre, mas parecia falsa. Um tipo de alegria que pode desmoronar a qualquer momento, bastando uma palavra ou uma lembrança. A moça não parava de sorrir, cantar e dançar (mesmo sentada), porém eu nunca vi alguém que parecesse tão triste. Ela me incomodou demais com a sua tristeza. Até na diversão há hiperlinks. E além de dançar, cantar, conversar, beber e comer, eu prestava atenção na moça... Espero que ela esteja melhor agora.

domingo, 12 de julho de 2009

A volta

Fiquei um tempo sem escrever porque estava viajando. Voltei hoje.
Como é difícil voltar de algum lugar... Viajar é muito bom, mas voltar é estranho. Parece que durante um certo tempo você teve uma vida paralela e de repente é arrancado de volta para um lugar que, às vezes, você nem se lembra mais. Não gosto dessa sensação, por isso viajo poucas vezes. Todas as viagens que eu fiz, foram especiais. Então, hoje só vou descansar, amanhã eu escrevo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Eu faço tudo errado

Projeto, construo e crio espectativas
Desejo coisas que só existem na minha cabeça
Olho para a esquerda, quando todas as setas apontam para a direita
Ouço uma crítica, quando necessito de um conselho

Me afasto do que é certo para me aproximar do que me dói
Tenho sonhos incríveis só para descobrir que são apenas sonhos
Traço metas difíceis de serem cumpridas
E minha satisfação nunca está ao alcance dos meus olhos

Hoje, estou cansada demais
Cansada de sonhar
De me iludir, cair, levantar...
Parece que eu não aprendo, não consigo entender

Precisava de alguém em quem eu pudesse confiar
Alguém que não me fizesse criar esperanças
não me causasse nada, não me machucasse
Não quero mais sentir. Pelo menos, agora.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Dúvida

Hoje minha jornada pelo cinema teve uma pausa.
Apesar de estar em férias, tive coisas para resolver o horários para cumprir. Sem problemas, faz parte do divertimento!!
No tempinho que fiquei escolhendo os filmes que assistiria depois, esbarrei com o título "Dúvida", que eu já vi, em uma das sessões para professores no Espaço Unibanco.
O filme é, no mínimo, intrigante, mas a frase final revela a essência de todos nós. Eu ando com muitas dúvidas... Muitas coisas que gosataria de mudar, mas não sei bem se é o momento, outras precisando de reforço e comprometimento... Minha cabeça está confusa.
Gostaria de comprar um amigo só para que eu pudesse ter alguns conselhos. Se alguém estiver precisando de dinheiro, avisa. Eu tenho dúvida!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Jornada cinematográfica

Como é costume, as minhas férias mal acabaram de começar e eu já assisti a um bocado de filmes. Quero conseguir ver pelo menos um por dia, apesar de ter iniciado essa jornada cinematográfica com mais títulos do que o esperado.
Para acompanhar esse caminho, hoje vou escrever um pouco sobre os que vi ontem e hoje.
No post de ontem, comentei a respeito do "17 outra vez", portanto não preciso repetir. Um filme simples, com uma mensagem até interessante.
Depois, assisti "O lutador" e fiquei pensando a respeito do fracasso. A história é comovente por mostrar um lutador em decadência que não tem mais nada a oferecer e nem a perder. Como as coisas mudam, dependendo de que posição você ocupa na sociedade. Muitos perdem a cabeça pelo sucesso e nem se dão conta do quão perigoso isso é.
O filme me fez lembrar de uma parábola sobre o escorpião. Aquela história em que ele pede ajuda a um cágado para atravessar o rio e o cágado diz que não pode ajudá-lo, pois sabe que ele vai picá-lo no meio da água. O escorpião responde que nunca faria isso, já que se ele também acabaria morrendo se o cágado se afogasse. Diante dessa assertiva, o cágado resolveu levá-lo, mas no meio da travessia, o escorpião o pica. Enquanto afundam, o cágado ainda questiona o porquê dessa ação, visto que os dois morrerão. O escorpião responde que não tem como evitar, é a sua natureza. Ao assistir "O lutador", percebi que alguns traços característicos de cada um são tão fortes que, por mais que tentemos lutar contra eles, muitas vezes falharemos. Mesmo que isso signifique acabar com a nossa vida.
Outro filme que assisti ontem foi o espetacular "O menino do pijama listrado". Eu estava querendo vê-lo há um tempo, mas só agora resolvi colocá-lo. Não sei o porquê disso, mas se tivesse a mínima noção do quão boa era essa produção, com certeza já tinha aproveitado. A história do filme se passa na época da Segunda Guerra e mostra todo o conflito humano vivido ali, com uma poesia bem peculiar. Triste, perturbador... Lembrei-me muito da Marcella, com certeza um filme para ser mostrado na escola. Excelente, muito recomendado.
Hoje, a minha jornada começou com o grande vencedor do Oscar: "Quem quer ser um milionário?" Realmente, prêmios merecidos. Não há o que falar, só assistindo mesmo. Uma história de amor e determinação, preconceito e dor. Vale sentar e ver.
À tarde, andando pelo Gonzaga, não resisti e fui ao cinema. Tinham umas sete pessoas na sessão, fui a primeira a entrar na sala e, vejam só que falta de sorte, sentam-se duas pessoas próximas de mim que não pararam de falar o filme todo. Só comigo mesmo... Enfim, fui assistir "Budapeste". Amo o Chico Buarque e estava curiosa sobre esse filme. Realmente, uma boa narrativa com palavras envolventes, mas o que eu continuo não entendendo no cinema brasileiro é: qual a necessidade de haver tantas cenas de sexo explícito em qualquer filme? Fica apelativo demais e sai do contexto. Chego a ficar com vergonha... Sinceramente. Apesar disso, o filme é bom, mas não fiquei com um pingo de vontade de conhecer Budapeste. Pelo contrário.
O último do dia, pelo menos por enquanto, foi "Cachè". Também, estava curiosa para assistir há tempo. Filme francês... Começou por dois minutos na mesma cena. Quando achei que o filme tinha travado, percebi que era assim mesmo. Roteiro interessante. Gosto da Binoche. Mas o filme não faz o menor sentido. Quando pensei que as coisas começariam a se explicar, ele acaba. Simplesmente. Em um trecho que não era associado ao filme, nada. Só começam a passar os créditos e eu continuei assistindo, quem sabe não era parte de alguma surpresa do enredo? Nada. Acabou. Simples assim.
Não podemos acertar sempre, mas o balanço da minha jornada cinematográfica está positivo, todos valeram a pena ser vistos, apesar dos pesares. Amanhã eu continuo... E viva a sétima arte!

domingo, 5 de julho de 2009

O que você tem feito a si mesmo?

Hoje, como passei mal o dia todo, não sai da cama. Por isso, aproveitei para assistir a alguns filmes e seriados, coisa aliás que adoro fazer!
Um dos filmes ao qual assisti hoje foi "17 outra vez". (É, esse mesmo, do ator do HSM... Acho que estou andando muito com adolescentes...) Conforme o esperado, filme estilo Sessão da tarde: roteiro previsível, acaba tudo bem e mostra uma moral. Sem surpresas.
Apesar disso, o filme me fez pensar a respeito de uma opinião que eu tenho sobre a culpa. Nós contumamos responsabilizar outras pessoas pelo que nos acontece. Se eu não consigo arrumar um emprego decente, digo que a culpa é da economia. Sou nervosa, a culpa é da minha mãe que agia assim, sou exigente comigo mesma, foi meu pai que era muito severo... A tendência do ser humano é encontrar culpados, sempre. E que não seja si mesmo, claro.
Que bom seria se isso fosse verdade... A culpa é sempre nossa!! Sempre! Nós tomamos decisões e seguimos caminhos com base no que acreditamos. Ninguém é culpado, a não ser nós mesmos. Sartre disse que o inferno são os outros. Acho que o nosso inferno somos nós mesmos e a culpa que carregamos. Não importa o quão diferente, difícil ou inadequada foi a sua vida, mas você tomou suas decisões. Afinal de contas, esse é o sentido de ser livre, não é mesmo? Ou pelo menos a aparente liberdade que nós temos.
Quando estou trabalhando, uma situação recorrente sempre me faz pensar nisso. Eu proponho uma atividade, explico, falo o valor que ela terá, e no final alguém me pergunta: "É obrigado a fazer?" Detesto essa pergunta, mas a resposta é sempre a mesma: "Não." O diálogo continua: "O que acontece se eu não fizer?" "Você não terá nota." "Então é obrigado." "Não, você pode optar por não fazer e não ter nota. Nada é obrigado."
Somos consequencia de nossos atos e escolhas. Apesar de ser confortável pensar desse jeito, devemos olhar no espelho e perceber que não foi a escola, nem meus pais, nem o governo, nem o namorado que fizeram isso com você. Foram suas escolhas, sua responsabilidade.
O que você tem feito a si mesmo?

sábado, 4 de julho de 2009

Sentimento mais conflitante...

Um tema muito delicado para mim é amizade.
De todos os sentimentos humanos, esse é o que mais me abala, mais sinto falta, mais admiro, mais me intriga.
Desde criança, nunca tive muitos amigos. Pode ser devido a minha timidez, ou até mesmo o meu medo de me envolver demais com as pessoas. Eu não contava segredos, não tinha muita paciência para oferecer conselhos e preferia pular aquele nhém-nhém-nhém das primeiras conversas entre desconhecidos. Ou seja, sou um desastre total para fazer amizades.
O tempo passou e a minha habilidade não cresceu, pelo contrário. Lembro-me, por exemplo, que a Fabiana e eu nos tornamos amigas porque ela chegou perto de mim e perguntou: "Quais são suas bandas preferidas, nacionais e internacionais?" Como a minha resposta e a dela foram iguais, somos amigas até hoje. A música nos uniu.
Já na faculdade, muitos percalços fizeram com que eu não fosse uma pessoa exatamente querida por todos. Sim, eu gostava de muita gente e muita gente gostava de mim, mas principalmente em época de trabalho de conclusão de curso, quando eu poderia ajudar com alguns conhecimentos adquiridos. Depois disso, poucos ficaram...
Não que eu não tenho amigos, isso seria exagero. Tenho alguns, e bons, mas eu ainda sinto como se isso faltasse bastante na minha vida. Aquelas coisas que a gente pensa que quando crescer passa, sabe? Por exemplo, queria que meu telefone tocasse, queria ter uma amiga que saísse comigo enquanto meu namorado assiste jogo ou está na praia, alguém que goste das mesmas coisas do que eu (isso é difícil demais...), vá comigo ao Espalo Unibanco, Posto 4, teatro, comente sobre literatura, dançar (como eu gosto de dançar!!!) ou até mesmo, como assistia no Desperate Housewives, tomar margueritas à tarde, em casa, jogando conversa fora. Ahh, como eu sinto saudades do que não vivi, que falta me faz uma amizade... Mesmo que fosse um amigo para ficar ao meu lado, horas em silêncio, pensando sobre a vida e a importância de nós mesmos.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sono...

É o dia em que o sono toma conta de mim...
Amanha, férias!!!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Onde você gostaria de estar agora?

No ano passado, um simples comentário me fez ficar bem "cabreira".
Certo dia, bem cedo, eu estava indo trabalhar quando encontrei um amigo. Era um dia bonito, de céu claro. Eu perguntei se ele estava indo trabalhar, assim como eu. A resposta foi afirmativa, e ele concluiu com o seguinte comentário: "Mas se eu pudesse escolher, estaria com certeza em uma praia, pescando, curtindo o mar e o sol." Ok, comentário ingênuo e comum, mas depois disso, não consegui me concentrar em mais nada durante aquele dia.
Procurei, na minha cabeça, em que lugar eu gostaria de estar naquele momento e eu não elaborava uma resposta. Repassei passeios, países, viagens, pessoas e nada parecia completar, de forma tão espontânea e natural, o meu desejo para aquele dia.
Foi um choque! Como alguém (no caso, eu mesma!!!) não conseguia saber onde estaria se pudesse escolher?? Incluindo qualquer lugar do mundo??
O dia passou, mas a dúvida ficou. Um dia em Lisboa? Uma praia em Santa Catarina? Compras em um shopping nos EUA? Ou até mesmo a minha cama e meu quarto??? Nada... Nada parecia ser capaz de saciar alguma fome misteriosa da minha alma.
Por algum tempo, me senti estranha. Sem aspirações e desejos. Como se um dia bonito tivesse acabado com o meu sonho de ter sonhos... Até eu chegar no mês de julho!! Em julho do ano passado, eu descobri onde eu queria estar: em Paraty. E hoje, como primeiro dia desse mês e aniversário da minha viagem à FLIP, o assunto não poderia ser outro. Uma festa literária, com autores renomados, uma cidade histórica, linda... Pessoas cultas, livros, inteligência, cultura, literatura. Lá eu queria estar, Lá eu queria trabalhar. Num lugar desse, com um trabalho assim, pessoas assim, isso saciaria meu desejo.
Hoje começou a festa desse ano. Em 2008, vi, falei e respirei o mesmo ar que Inês Pedrosa (entreguei minha monografia para ela!!) e Pepetela. Esse ano, perderei o meu favorito, Lobo Antunes, mas a ideia perdida em mim já está retomada: eu sei onde eu queria estar, si do que gosto e, mesmo que seja estranho, prefiro um livro, debaixo de uma boa sombra, do que uma pescaria na praia.