sábado, 20 de junho de 2015

Irônico, não acha??

Depois de uma sexta - feira pensando sobre amizades, eis que ligo a televisão e o que está passando? Friends, a sinopse da relação que todo mundo queria ter.
Eu sempre tive problemas com amizade. Desde criança,  por ser muito tímida,  não conseguia me enturmar facilmente e recorria a estratégias como oferecer lamche, me oferecer para fazer a lição ou coisas assim. Geralmente,  não dava certo e eu ficava sozinha. Fui me acostumando,  não que eu gostasse, mas também o que mais eu podia fazer? Meu pai me levava em parques e fazíamos muitas atividades. Ele me dizia para ir conversar com os colegas, mas eu não conseguia. Ele ficava muito bravo e triste comigo.  Lembro desse olhar de decepção até hoje é o sinto em mim, pois consegui evoluir muito pouco nesse sentido. Ainda não consigo fazer muitos amigos e me sinto estranha diante das pessoas e de algumas situações. Eu pensei que tudo isso tivesse superado, afinal agora sou mãe e tenho minha família,  os melhores amigos que alguém pode ter. Mas algo acontece e eu me entristeço. Eu queria pertencer, só não sei ao quê. Enquanto isso, ainda espero o Joey bater na minha porta para me chamar e irmos jantar na casa da Mônica. É o que tem para hoje. 

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Luto

Hoje estou triste... uma tristeza pesada, doída, incômoda. Uma tristeza que manteve meus olhos durante o dia todo marejados de lágrimas e o meu coração em retalhos. Estou triste por ver esse mundo. Um mundo sem amor, sem carinho. Estamos tão ocupados com nossos smartphones e nossos miseráveis mundinhos egoístas que não temos tempo e nem queremos gastar o que nos resta com outro ser humano. Mais fácil culpar a sociedade, culpar os pais que não deram educação ou a influência do vídeo game. Mais fácil dar coices do que conversar, mais fácil apontar o dedo do que compreender. Tenho nojo, hoje, de viver num mundo assim. Estou preocupada com uma das minhas crianças e isso me consome. Uma criança que provavelmente se sente agora sozinha. Talvez já tenha sido tratada como um estorvo. Mas é uma criança. Tudo o que ela sempre quis foi atenção. Carinho. Amor. Tolerância. E nós, os adultos que sabemos tudo, negamos isso a ela. Substituímos com presentes, acusações e laudos. Assim nos sentimos melhor e a vida segue. Eu queria te perguntar mais uma vez, como já fiz outras, se está tudo bem e te dizer que você pode ficar aqui do meu lado. Só ficar aqui. Isso que você me pediu. Pode ficar. Desculpe essa sociedade doente e esses valores deturpados. Estou pensando em você. 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Tolerância...

Era segunda-feira. Inacreditavelmente, está tudo sob controle e assistíamos à televisão. Momento raro, eu sei. Momento esse que, diga-se de passagem, eu amo. Ultimamente tenho me agarrado às coisas simples para que eu mantenha minha sanidade e para que a vida pareça ter sentido. Começa a passar na tevê um caso recente... Um menino de dez anos foi morto por um policial, em uma favela do Rio de Janeiro. Presto atenção, pois crimes ainda mexem comigo, embora a mídia tente banalizá-los. Não há como banalizar a morte! Enfim... A reportagem falou bastante sobre o garoto, mas o foco eram os Hatters, pessoas que fazem comentários maldosos em redes sociais e acabam gerando polêmicas. O comentário sobre o garoto que havia morrido era realmente inconveniente. Triste, na verdade. Patético. Mas o melhor ainda estava por vir... O repórter foi atrás do rapaz que escreveu esse comentário. Com raiva, indignado, esperando um confronto... Mas sabe o que houve? O "Hatter" pediu desculpas... Disse que se arrependia de ter escrito o que escreveu e que sentia muito por ter sido influenciado. Desculpas não adiantam depois de enviar palavras tão duras, mas a reação dele surpreendeu até mesmo o repórter. Olhar para si. Confessar e compreender seu próprio erro. Tentar evoluir e aprender com as falhas... Falta tanto isso hoje em dia... Falta amor, tolerância... Ele não deveria ter escrito nada, isso é indiscutível, muito menos sobre alguém que ele ao menos conhecia. Mas somente no amor teremos respostas... Perdão. E a percepção que sim, a vida ainda pode ter sentido.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Retrato?

Sempre me incomodou o poema Retrato, de Cecília Meireles. Achava que ele era supervalorizado, muitas pessoas gostavam e faziam dele uma ode de suas vidas. Considerava um exagero! Doze versos simples e uma mensagem meio batida. Até que eu envelheci... E compreendi a grandeza da sua mensagem. Somos hoje fruto de nossas escolhas, mas no meio do caminho deixamos escorrer sonhos por nossos dedos... E não os recuperamos. Utilizamos mais o futuro do pretérito do que o futuro do presente, e como isso assusta! As decisões enfrentam diversos obstáculos, alguns reais, outros imaginários, e tudo perde sua simplicidade. Há dias não me olhava no espelho. Esse objeto, antes apreciado, hoje já é um mero coadjuvante na minha casa e na minha vida. E quando me olho, eu vejo outra pessoa. Por mais que eu queira ser criativa e pensar de maneira diferente dos demais, só consigo ouvir as palavras que ecoam na minha mente:
"- Em que espelho ficou perdida
a minha face?"