quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A visita

Ela chegou no prédio onde já havia estado outras vezes. Foi andando até o elevador bem devagar, esperando que as pessoas ali presentes fossem embora. Não queria ser vista. Também não gostava de conversar no elevador... Apertou o 6. Ou era o 7? Já nem sabia mais. Seu coração batia acelerado, como se nunca tivesse feito isso antes. Ela sentia sua falta. Queria sentir seu cheiro, mas ao mesmo tempo sabia que confessar tudo isso era perigoso. Ia escolhendo as palavras, os olhares. Jurou para si mesma ter cautela. Para descontrair, até pensou: "Coloco minha mão no fogo por mim. Não vou me entregar." O andar chegou e ela desceu. Reconhecia o corredor, seu coração sabia de cor aquele caminho. Ele estava na porta. Olhou para ela e disse: "Nossa, como você está linda!" e fechou a porta. Lá fora, ficou a cautela. Ela se atirou em seus braços e tomou para si os lábios de que tanto sentira falta. Era familiar... todo o contexto da história já não fazia diferença. Eram apenas duas pessoas que se gostavam e que se davam muito bem juntas. Mas... ela teve que ir. Não podia ficar. A porta fechou, ela não olhou para trás. Saiu andando firme, do mesmo jeito que entrara. Só havia uma diferença: uma mão queimada.

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