quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Minha vida sem mim

Certa vez, passando em uma locadora, me deparei com esse filme; 'Minha vida sem mim'. Achei o título muito interessante e assisti ao filme, apesar de não me lembrar muito bem do que se trata. O importante é esse curioso título. Pensei que nunca entenderia essa expressão, mas o momento pelo qual eu passo, há um tempo já, se encaixa no oposto dessa frase: Eu sem minha vida...
eu me sinto sem lar, sem um porto para voltar, sem base. Parece que estou numa longa viagem em que não há tempo nem mesmo de desfazer as malas e já tenho que sair novamente. Não sei em que lugares devo ir nem onde ficar, pareço perdida. As almofadas da minha cama já não são minhas, assim como o sofá em que eu sento... Nada parece meu. Nada mesmo.
É como um filme em que, depois da morte, a alma passeia pela casa em que morou vendo como estão as pessoas da sua família. Eu passeio pelos lugares, mas não me sinto em nenhum deles.
As minhas férias terminaram... E olha só, pasmem! Quando cheguei na escola em que trabalho, tive, em quase dois meses, pela primeira vez, a sensação de estar em um lar. Até com os problemas e mágoas, isso faz parte de uma família. No trabalho eu me sinto em casa, mas mesmo assim, a casa de outrem.
Onde está o meu lugar? Minha amiga diz que a casa é onde está o seu coração. Infelizmente, eu sou composta de outras partes do corpo e elas precisam descansar. Precisam de segurança. Precisam de paz.
Hoje, eu escrevo em um computador que não é o meu... numa cadeira que nunca tinha visto antes na vida, não reconheço as paredes, os odores, as texturas. Só reconheço uma pausa insistente, uma supressão, espera... como se eu estivesse entrecortada por reticências que vão e voltam, formam um circulo com apenas três esferas. Eu não sei onde é o meu lugar, nem mesmo sei se tenho um... O que eu queria mesmo era amenizar esse sentimento, sentir-me inserida na vida ou na casa de alguém. Inserida na minha própria vida, que eu nem sei se algum dia posso defini-la...

4 comentários:

Ana Luiza disse...

Que texto profundo, dessa forma eu fico sem palavras, não posso comentar, me sinto incapacitada para fazer algo.

Anônimo disse...

Quanta água nesse copo que tempestade...rs Nossa parece até uma sem teto. Minha mente foi longe, lá pelo interior de Mato Grosso onde existem aquelas fazendas enooormes. Imaginei você com um lenço na cabeça, foice nas mão e um punhado de roupas nas costas, gritando palavras de ordem...rs Que exagero né!? Pois achei o mesmo sobre esse texto. Tuuudo tem o seu tempo, logo logo vc terá o seu teto que tanto deseja, com texturas e odores...rs bjs

Eu mesma disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

É verdade a vida não é tão difícil assim, é só valorizarmos o que já conquistamos.
Cuidados com a forma em que enxergamos a vida é o primeiro passo para a mudança!